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Aprendizado

  • Foto do escritor: Natalia Nascimento
    Natalia Nascimento
  • 14 de jul. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 9 de mai.


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Ao trabalhar com crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista), aprendi — e desaprendi — muitas coisas. Uma das mais significativas foi algo aparentemente simples: o olhar.


Vivemos com tanta pressa que deixamos de ver o outro... e de sermos vistos. Perceber isso me fez entender que, definitivamente, nem tudo está bem.

No convívio com o TEA, cada olhar é celebrado. Um segundo de troca de olhar pode ser algo imenso. Estar atento ao outro, aos detalhes, aos pequenos gestos — isso muda tudo. Com o tempo, esse comportamento se generaliza: passamos a prestar mais atenção não só nas crianças com TEA, mas em todas as pessoas ao nosso redor — típicas ou atípicas.


Porque ser olhado é ser reconhecido, e olhar é reconhecer o outro.


Com o TEA, aprendi a respeitar as diferenças, mas principalmente, a respeitar o tempo do outro. Um simples olhar pode reforçar e encorajar, mas também pode punir e desencorajar. Ele tem poder. Se há algo que precisa mudar, talvez o primeiro passo esteja aí: na forma como olhamos — ou deixamos de olhar — as pessoas.


Então, olhe bem. Veja de verdade quem está ao seu redor. Da mesma forma que você olha para julgar, experimente olhar para acolher. E aproveite: olhe também para si. Se julgue menos, se encoraje mais. Se reconheça. Você é incrível.

Meu maior aprendizado? Comemorar cada conquista. Por menor que pareça.


Na minha lista de momentos mais felizes da vida, há um prato de sopa vazio. Sim, isso mesmo. Uma conquista singela que merece festa.


Me pego comemorando cada pequena vitória — e as crianças comemoram comigo com entusiasmo. Já os adultos… hesitam. Quando celebramos algo com um adulto, ele costuma dar apenas um sorriso tímido, como se precisasse pedir desculpas por aquilo. Mas, quando entende que merece aquela comemoração, o sorriso cresce. Ele tenta conter, mas ao se permitir sentir, algo muito bonito acontece. E não é só bonito de ver — é bonito de sentir.


Conforme crescemos, muitas vezes esquecemos como é bom celebrar.


Precisamos voltar. Precisamos aprender de novo a reconhecer, a olhar para nossas próprias conquistas e comemorá-las, independentemente do tamanho.


Cada passo importa. Cada olhar também.

 
 
 

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